Projetos

Caminhos de experimentação, encontros e expressões artísticas que atravessam palcos, ruas e memórias.

Projeto CATIVAR

O Projeto CATIVAR nasceu como um sopro de esperança em São Vítor, um gesto delicado para romper os silêncios do isolamento e da solidão, no coração do Programa Viva o Bairro.

Com o apoio cuidadoso da Junta de Freguesia, traçaram-se metas que iam além do papel: reduzir distâncias invisíveis, cultivar o bem-estar e despertar uma nova consciência coletiva. Voltado especialmente para pessoas acompanhadas pelo SAAS da Bogalha, o projeto oferece encontros semanais que tocam o corpo, a mente e a alma — com música que aquece, artes plásticas que expressam, práticas de mindfulness que acalmam e dinâmicas de grupo que conectam.

Mais do que atividades, o CATIVAR é um convite à presença, um caminho de intervenção comunitária que semeia vínculos e floresce a partir dos recursos locais. Um território que se une para criar respostas sociais sustentáveis, tecendo com delicadeza redes de cuidado, afeto e pertença.

Teatro Exposição - Elas se Viram

O projeto foi financiado pelo edital IBERESCENA. "Elas se viram" propõe um teatro exposição que, através da linguagem cênica animada, apresentará histórias de mulheres que fazem da catação do lixo uma atividade de sobrevivência.

A obra, um intercâmbio artístico entre Brasil e Uruguai, contemplada pelo Iberescena, trará numa atmosfera intimista, seis histórias compostas de narrativas inéditas, recolhidas em visitações e pesquisas com mulheres catadoras de lixo. As histórias serão focadas na relação dessas mulheres com os objetos garimpados e tratarão de temas como a perda e a solidão mas também o amor, a perseverança e força.

Para cada cenário feito com material recolhido do lixo, uma estória será apresentada. Para cada história apresentada, haverá uma linguagem de animação utilizada - como títeres, animação de objetos, animação de partes do corpo e teatro de sombras.

A acordeonista

Uma boneca que toca acordeon. Um corpo híbrido — metade som, metade memória. Pelas ruas, ela respira, pulsa e vibra. Mistura de carne, tecido, música e ausência.

Ela nasceu dos restos. Do que foi descartado, esquecido, abandonado. Durante uma residência no norte da Itália, a artista colecionava histórias de mulheres. Entre goles de chá e mordidas em biscoitos, surgiam conversas, silêncios, lembranças. E, como quem recolhe pedaços de tempo, ela pedia pequenos objetos esquecidos — coisas que já não serviam, mas que ainda carregavam vida.

Assim, botão por botão, renda por renda, fio por fio, pedaços de memórias foram se costurando. Cada detalhe carrega uma ausência transformada em presença. Uma cicatriz transformada em arte. Essa boneca é feita de tudo aquilo que sobra — e, justamente por isso, transborda. Onde passa, reverbera. Onde toca, nunca mais silencia.

Pequenas coisas

É uma exposição que mostra um mundo miúdo feito de palito de fósforo e microlixo. Grasiela Müller busca no material renegado a estrutura e o discurso para a construção das obras.

Sua criação começa observando os objetos desprezados e a função que cada um tem na sociedade. A partir disso, de forma manual, vão se originando pequenos cenários compostos de personagens de palito de palito de fósforo.

Assim, botão por botão, renda por renda, fio por fio, pedaços de memórias foram se costurando. Cada detalhe carrega uma ausência transformada em presença. Uma cicatriz transformada em arte. Essa boneca é feita de tudo aquilo que sobra — e, justamente por isso, transborda. Onde passa, reverbera. Onde toca, nunca mais silencia. Com ênfase no pensamento sustentável, a exposição apresenta obras feitas a partir de: botões, embalagens, partes de brinquedos, latinha e caixinha de fósforo. Todos esses, encontrados no chão, em gavetas, no lixo, em restos de tudo o que eu, você e os outros tem e não querem mais. São Pequenas coisas que sobreviveram ao ato de ir para o lixo e hoje estão aqui para serem vistos de uma forma diferente.